Monitoramento populacional de Ariranhas em 2024
Ao longo de 2024, nossa equipe realizou o monitoramento populacional de ariranhas em duas áreas distintas do Pantanal, uma no Cerrado brasileiro (em parceria com o Naturatins) e outra na Amazônia (em parceria com o Instituto Mamirauá). Esse esforço teve como objetivo compreender a dinâmica populacional e os impactos dos fatores ambientais e humanos sobre a espécie. As áreas monitoradas incluíram Porto Jofre, no Pantanal Norte, o Rio Negro, no Pantanal Sul, o Parque Estadual do Cantão, no Tocantins, e a Reserva Amanã, na Amazônia.
Nas áreas de estudo, identificamos aproximadamente 126 ariranhas em 2024. No Pantanal, monitoramos cerca de 190 km de rios, registrando um total de 82 indivíduos, incluindo 23 filhotes e 59 adultos (9 dos quais eram solitários), organizados em 13 grupos sociais. Desde 2019, quando o Projeto Ariranhas iniciou esses esforços de monitoramento populacional, um total de 461 indivíduos foram catalogados em nosso banco de imagens. Esses dados são essenciais para compreender a composição populacional, o comportamento da espécie e os impactos dos fatores ambientais e humanos em diferentes habitats.
Na região do Porto Jofre, observamos um alto número de eventos de predação de ariranhas por onças-pintadas, sendo 1 fêmea adulta, identificada como dominante do grupo, e dos 14 filhotes identificados na área registramos a morte de 6. Esses eventos tem nos chamado atenção e apontado a necessidade de entendermos os fatores que possam estar causando essas mudanças nessa área.
O monitoramento de longo prazo é fundamental para entendermos como as ariranhas respondem a uma série de fatores ambientais, como incêndios, que afetaram várias regiões do Pantanal neste ano, períodos de seca prolongada, o tráfego de embarcações e outras atividades humanas. Essas variáveis podem afetar diretamente a sobrevivência, reprodução e migração dos indivíduos.
Com os resultados dos monitoramentos realizados, pudemos registrar importantes dados sobre as taxas de natalidade e mortalidade nas populações de ariranhas, além de observações sobre as migrações de indivíduos nas áreas monitoradas. As informações obtidas também estão contribuindo para o desenvolvimento de diversas pesquisas científicas que visam aprofundar o conhecimento sobre a espécie e seu comportamento, bem como a relação dela com o ecossistema local.
Além disso, realizamos a coleta de amostras biológicas e dados comportamentais, que são essenciais para monitorar a saúde das populações e entender as necessidades de conservação da espécie. Os resultados dessas pesquisas são fundamentais para o planejamento de estratégias de conservação de longo prazo e a implementação de ações mais eficientes para garantir que essa espécie continue a desempenhar seu vital papel vital nos ecossistemas onde ocorre.
