Início das atividades de campo de 2025 com treinamento da equipe no Pantanal
Nossas atividades de campo de 2025 iniciaram com uma semana de treinamento da nossa equipe na região do Porto Jofre, no Pantanal de Mato Grosso. Este momento foi fundamental para o alinhamento de metodologias, fortalecimento do trabalho em equipe e planejamento das ações que nortearão o monitoramento e a conservação da espécie ao longo do ano.
Durante o treinamento, realizamos atividades práticas voltadas ao aprimoramento das técnicas de monitoramento da espécie. A programação incluiu coleta de amostras biológicas – importantes para pesquisas sobre dieta, genética, toxicologia, parasitologia, entre outros – observação comportamental, registros audiovisuais, identificação de áreas de uso como tocas e latrinas e mapeamento da distribuição dos grupos de ariranhas na região.
Essa padronização de procedimentos é essencial para garantir a qualidade dos dados coletados e potencializar os resultados das pesquisas científicas conduzidas pelo projeto. Como parte das ações, realizamos também atividades de sensibilização ambiental voltadas a comunidades locais e turistas que visitam o Porto Jofre, uma região de grande importância ecológica e interesse turístico.
Visita da IUCN: fortalecendo parcerias globais
Durante o treinamento, tivemos a honra de receber representantes da Comissão de Sobrevivência de Espécies da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza). A visita representou um marco para o Projeto Ariranhas, fortalecendo nossa parceria com uma das maiores redes de conservação do mundo.
Esse encontro proporcionou um valioso intercâmbio de saberes e experiências, conectando as ações locais desenvolvidas no Pantanal a estratégias globais voltadas à proteção da biodiversidade. Um momento de diálogo e inspiração que reforça a importância das parcerias internacionais para o enfrentamento dos desafios da conservação.
Monitoramentos na região do Porto Jofre
A região do Porto Jofre é uma das nossas principais áreas de atuação no Pantanal desde 2019. Ao longo dos últimos seis anos, monitoramos um total de 89 ariranhas e registramos o nascimento de 48 filhotes.
O monitoramento contínuo e de longo prazo tem sido fundamental para ampliar o conhecimento científico sobre a espécie em seu habitat natural e entender como a espécie está lidando com as mudanças climáticas e outras ameaças emergentes. Esses dados contribuem diretamente para o desenvolvimento de pesquisas e de estratégias de conservação, que levam em conta não apenas a biologia e o comportamento da ariranha, mas também suas interações com o ecossistema e com as comunidades humanas que compartilham a mesma região.
Mais do que uma capacitação técnica, nossa semana de treinamento foi uma oportunidade de integração entre os membros da equipe, fortalecimento do trabalho coletivo e troca de experiências entre profissionais que atuam em diferentes frentes do projeto.
Com o início das atividades de campo de 2025, seguimos fortalecendo nossas ações de conservação e ampliando o impacto positivo do Projeto Ariranhas. Cada expedição representa um avanço na proteção da maior lontra do mundo e dos ambientes aquáticos onde vive. Os dados reunidos ao longo do ano serão fundamentais para orientar estratégias eficazes de conservação, promovendo uma convivência mais harmoniosa entre a espécie, os turistas e as comunidades locais.